Abaixo da capital amazonense, São Paulo (22), Petrópolis (18), e Brusque (14) foram os municípios que mais registraram ocorrências de desastres
Manaus (AM) – O Brasil registrou 1.161 ocorrências de desastres naturais ao longo de 2023, segundo levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Manaus registrou 23 desastres naturais e liderou a lista entre os municípios com maior número de ocorrências; além disso, a capital amazonense ficou na terceira colocação no ranking de alertas para desastres (49).
A média foi de três ocorrências por dia em todo o país. O resultado é o maior desde que o órgão se tornou efetivamente operacional, em dezembro de 2011. Abaixo de Manaus, São Paulo (22), Petrópolis (18), e Brusque (14) foram os municípios que mais registraram ocorrências de desastres.
Ao longo dos 12 meses de 2023, o Cemaden contabilizou no país 716 desastres hidrológicos (61,6%), que são inundações, enxurradas e alagamentos, além de 445 geológicos (38,3%), como erosões, deslizamentos e afundamentos. Esses desastres naturais causaram a morte de 132 pessoas, deixou 9.263 feridos, 74.787 desabrigados, e 524.863 desalojados.
O ano passado foi a primeira vez que o país registrou mais de 1.000 ocorrências do tipo. Os anos com maiores ocorrências foram 2022 e 2020, quando ficaram entre 800 e 900.
Alertas
O órgão também contabiliza os alertas de desastres naturais. Ainda no ano passado, o Cemaden emitiu 3.425 alertas de desastres, sendo 1.612 geológicos (47%) e 1.813 hidrológicos (52,9%).
Entre os municípios com mais registros de alertas de desastres naturais, Petrópolis (RJ) lidera o ranking com 61 alertas. Segundo a diretora do Cemaden, Regina Alvalá, 2023 foi “peculiar” em relação ao clima, especialmente por causa dos fenômenos La Niña e El Niño e pela mudança do clima.
“Isso ocasionou uma mudança no padrão das chuvas em relação à média histórica. Os índices de chuva registrados em 2023 foram muito superiores no Sul e inferiores no Norte e Nordeste […] O oceano mais quente significa mais vapor de água na atmosfera e, por consequência, provocam chuvas intensas e concentradas”,
afirmou.
Assistência
Um dos desastres naturais que marcaram o calendário de 2023 foi o deslizamento de terra que vitimou 8 pessoas no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus. Uma semana depois, a Prefeitura de Manaus, por meio de uma operação conjunta entre todo o poder público manauara, capitaneada pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), concluiu o processo de mudança de 86 famílias.
Cerca de 70 famílias foram encaminhadas a um conjunto de quitinetes alugadas no bairro Cidade de Deus, na Zona Norte, enquanto o restante também foi acompanhado até seus novos endereços, que tiveram aluguéis pagos por meio do benefício Auxílio Aluguel.
Mais tarde, também em março, a forte chuva que atingiu a capital causou alagamento na Comunidade da Sharp. A água alagou as ruas e invadiu casas. O governador do Amazonas, Wilson Lima, iniciou no dia seguinte o reassentamento de mais 200 famílias, que também incluiu famílias da Manaus 2000.
Inicialmente, 142 famílias que já estavam com processos de reassentamento adiantados receberam soluções de moradia como indenizações e auxílio, em valores que somaram mais de R$ 8 milhões.
As demais 58 famílias, que por se encontrarem nas áreas mais críticas impactadas pelas chuvas, receberam Bolsa Moradia Transitória no valor de R$ 550 até que o processo de reassentamento fosse feito de forma definitiva.
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