MANAUS (AM) – Manaus ocupa o sexto lugar entre as capitais mais violentas para a comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil, de acordo com o “Observatório 2024 de Mortes Violentas de LGBT+”, elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). O estudo registrou seis mortes na capital amazonense em 2024, colocando-a atrás de Fortaleza (CE), Maceió (AL), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Salvador (BA).
As capitais mais perigosas, Salvador e São Paulo, somaram 14 e 13 mortes, respectivamente, representando mais de 30% dos casos em todas as capitais do país.
Norte registra aumento de 100% nas mortes violentas de LGBTQIAPN+
A Região Norte registrou 11,68% dos casos de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em 2024, totalizando 34 óbitos, um aumento de 100% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 17 mortes. A liderança nos crimes letais agora é dividida entre as regiões Sudeste e Nordeste, que historicamente ocupavam os primeiros lugares.
Brasil segue como país mais violento para pessoas LGBTQIAPN+
Segundo o levantamento, o Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em 2024, um aumento de 8,83% em comparação a 2023. Uma morte ocorre a cada 30 horas no país, o que mantém o Brasil como líder global em homicídios e suicídios dessa população.
Os homens gays são as principais vítimas, com 165 mortes, seguidos por travestis e mulheres trans (96), lésbicas (11), bissexuais (7) e homens trans (6). A média de idade das travestis e mulheres trans assassinadas é de apenas 24,64 anos.
Estatísticas e formas de violência
Entre as 291 mortes, 269 foram assassinatos (93,81%) e 18 suicídios (6,19%). A subnotificação dificulta a análise completa dos casos de suicídio.
O levantamento aponta armas brancas como o principal meio de morte (22,36%), seguidas por armas de fogo (21,65%), espancamento, asfixia, apedrejamento e outros.
Histórico de mortes violentas no Brasil (1963-2024)
Nos últimos 45 anos, o GGB registrou 7.815 mortes violentas de LGBTQIAPN+ no Brasil. Durante os mandatos presidenciais recentes, a média anual variou de 127 (Fernando Henrique Cardoso) a 360 (Dilma-Temer), com redução para 251 mortes nos anos de Jair Bolsonaro, atribuída à reclusão durante a pandemia e ao medo provocado por discursos de ódio.
Medidas sugeridas para reduzir a violência
O relatório destaca ações importantes para combater a violência contra LGBTQIAPN+, incluindo:
- Educação inclusiva: implementar educação sexual e de gênero desde a base escolar.
- Fortalecimento das leis: garantir a aplicação rigorosa das legislações existentes.
- Políticas públicas: desenvolver ações de saúde, direitos humanos e educação para a igualdade.
- Combate à impunidade: exigir investigações rápidas e punições exemplares.
- Autoproteção e denúncia: incentivar a comunidade a buscar apoio e denunciar ameaças.
Veja o relatório completo:
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